Com a presença de 21 federações filiadas, foi aprovado por unanimidade o Plano de Actividades e Orçamento para 2013 apresentado pela Direcção da CDP na Assembleia-Geral realizada no dia 12 de Dezembro.
O documento aponta para uma despesa global de 1.093.500 euros, o que representa um aumento de 128 mil euros em relação a 2012.
Na reunião foram apreciadas as cartas do presidente da Assembleia-Geral, Mário Teixeira, em que apresentou a suspensão e, depois, a renúncia doa cargo, por alegados motivos de incompatibilidade em virtude de ocupar um alto cargo público no desporto.
A Assembleia-Geral também teve conhecimento de uma última carta em que Mário Teixeira informava que tinha deixado de haver razões para a renúncia por entretanto ter deixado funções de dirigente da Administração Pública.
Por essas razões apresentadas, foi decidido por unanimidade, primeiro introduzir um ponto na Ordem de Trabalhos, de apreciação da situação, e depois, também por unanimidade, foi aprovado o regresso de Mário Teixeira a presidente da Assembleia-Geral da CDP.
Fonte: CDP
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18 de dezembro de 2012
10 de dezembro de 2012
6 de agosto de 2012
O Marketing Olímpico na Era Moderna (1896 A 2008)
Atenas 1896
Em 1896, a primeira edição dos Jogos da Era Moderna foi realizada em Atenas, a Grécia estava passando por uma grave crise financeira mas aceitou o desafio de sediar . No programa estava definido a construção de instalações (estádio Olímpico, velódromo, quadras de tênis, etc) o governo grego junto a doações coletadas na Grécia e nas comunidades de imigrantes gregas espalhadas por todo o mundo e de algumas empresas locais que resolveram patrocinar o evento fornecendo produtos e serviços conseguiram arrecadar a verba suficiente para a realização do evento.
Entre as empresas locais, destaca-se uma que até hoje é mundialmente conhecida (hoje em uma proporção menor) a KODAK, ela percebeu que unir a marca aos Jogos Olímpicos era um ótimo investimento em longo prazo com o qual a empresa poderia crescer e atingir em curto espaço de tempo um número significativo de pessoas em várias partes do mundo, o que com o desenvolvimento dos Jogos Olímpicos podemos confirmar o pensamento da empresa.
Nesta edição tem o surgimento dos primeiros broches (pins) que é uma “marca” de qualquer competição esportiva deste nível, feio de papelão, detalhe, alguns com a marca da Coca-Cola, que já estava demonstrando um interesse em participar do evento.
Como curiosidade, o ingresso para assistir às competições custava até um dracma (cerca de 16 cents norte-americanos) hoje durante os Jogos Olímpicos de Londres o ingresso mais caro custa US$2.012,00.
Paris 1900
Como o COI (Comitê Olímpico Internacional) não tinha dinheiro para a realização da próxima Olimpíada e o governo francês não queria ajudar na realização do evento, quem assumiu o controle para a realização durante um tempo foram os organizadores de megaexposições internacionais, os Jogos Olímpicos de 1900 foram realizados em conjunto com a Exposição Universal.
A partir deste evento, tem o surgimento do marketing nos Jogos Olímpicos, com a Kodak lançando novos produtos, mais baratos e mais fácil de ser usado popularizando as máquinas fotográficas.
St. Louis 1904
O COI tentou não repetir a experiência que teve em Paris, porém o evento nos EUA foi pior do que esperava no ponto de vista esportivo, mas no assunto marketing tivemos alguns destaques interessantes : mais uma vez a parceria da KODAK com os Jogos Olímpicos trazendo novas máquinas fotográficas, o surgimento de um “sorvete de massa com casquinha em forma de cone” e a principal novidade que ganhou mais destaque do que qualquer competição esportiva durante aquele ano o hot dog .
Estes Jogos Olímpicos teve a sua importância para o surgimento das empresas de fornecedoras de materiais esportivos, a primeira que teve destaque foi a Spalding que era uma fábrica de aparelhos de ginástica e de roupas esportivas .
Londres 1908
Ficou decidido que o vencedor de cada prova olímpica receberia uma medalha de ouro, o segundo de prata e o terceiro de bronze , gerando um maior destaque na premiação e aumentando a exposição do atleta no pódio o que para em termos de marketing era ótimo.
A partir deste evento, o país organizador passou a não ter controle absoluto dos Jogos, agora divide a organização com o COI e com as federações internacionais de cada modalidade.
Estocolmo 1912
A primeira forma direta de marketing foi a introdução de licenças para a fabricação e comercialização de produtos, aproximadamente dez empresas suecas conseguiram os direitos.
Foi feito um acordo com o jornal mais importante de Estocolmo e com vários diários semanais , para tirar e vender as fotografias dos Jogos, assim , a mídia começou a descobrir os jogos e o mundo passou a dar importância ao evento, com isso , os atletas começaram a ter destaques na primeira página dos principais jornais do mundo.
Surgiu também o controle do direito de imagem feito pelo COI, naquela época os espectadores poderiam levar máquinas fotográficas para o estádio, mas não podiam fotografas as competições em andamento.
Antuérpia 1920
Pela primeira vez aparece a bandeira olímpica , criando a simbologia do Movimento Olímpico, nestes Jogos, a revista do programa oficial foi completamente vendida para os patrocinadores, o programa ficou com tanta publicidade que os leitores para encontrar uma informação sobre os Jogos tinham dificuldade.
Paris 1924
Os Jogos Olímpicos começam a desenvolver seu próprio comercio e marketing, foi a única vez que dentro dos estádios e nas instalações foi utilizado publicidade olímpica (foi proibido pelo Programa de Marketing Olímpico).Como exemplo, dentro do Estádio Olímpico tinha uma tabacaria, um bar e uma confeitaria.
Nestes Jogos , fez surgir novos produtos e outras formas de ganhar dinheiro direta ou indiretamente com o evento. Teve o surgimento dos cambistas e os camelôs vendendo chaveiros, medalhas e outros suvenirs olímpicos.
Amsterdã 1928
As empresas parceiras dos Jogos colocaram publicidade nos programas porém, o COI não permitiu cartazes nem publicidades como no Jogo anterior, o outdoor foi permitido em lugares discretos (estacionamentos por exemplo).
A Coca-Cola deu inicio à estratégia de longo prazo de associação da marca aos Jogos Olímpicos , produzindo o primeiro anúncio da Coca-Cola com motivo esportivo, que teve o esqui como ilustração e enviou mil caixas de garrafas do refrigerante para os atletas, a parceria com o Movimento Olímpico é a mais longa da história do esporte, com contratos firmados até os Jogos Olímpicos de 2020.
Los Angeles 1932
As criações olímpicas do Comitê (logo oficial,cartazes,medalhas comemorativas) foram registradas com direitos autorais e não tinham permissão para comercialização, todas as formas de propaganda foram mantidas sob controle e gerenciamento do Comitê Organizador.
Teve início a parceria com a empresa Omega responsável pelo fornecimento dos cronômetros para todas as competições, neste ano completa-se 25 participações em edições de Jogos Olímpicos.
Berlim 1936
Pela primeira vez , as imagens dos Jogos Olímpicos foram transmitidas . Em Berlim, a transmissão de imagens dos Jogos aconteceu de forma experimental , somente em salas de exibição .
Surgi o revezamento da tocha olímpica , que faz parte do Plano de Marketing do Movimento Olímpico (atualmente com apoio mundial da Coca-Cola e da Samsung) .
Londres 1948
A BBC aceitou a pagar uma taxa para poder transmitir os Jogos, o que hoje seria o direito de transmissão (o que é uma das principais fontes de recursos do COI).
Helsinque 1952
O departamento de vendas comercializou os direitos nos locais dos Jogos, surgiu também um programa internacional de marketing com empresas de 11 países.
Melbourne 1956
Pela primeira vez não aconteceu plano de marketing e não teve transmissão de TV devido a um boicote da indústria de TV (pagamentos de direitos e exclusividade) o que foi fundamental pensando nos dias de hoje para as negociações dos direitos de contratos como são conhecidos hoje em dia.
Roma 1960
Nestes Jogos, 46 empresas e uma grande quantidade de fornecedores oficiais promoveram suporte técnico e de produtos durante o evento. Dezoito países europeus assistiram aos Jogos pela TV , a rede americana CBS pagou US$400 mil para ter o direito de transmitir para o território americano.
Tóquio 1964
Em Tóquio, as empresas que fizeram doações para a organização aumentou consideravelmente, além disso foram organizadas loterias , campeonatos de golfe, lutas de sumô, jogos de beisebol, corridas de bicicleta e de moto, programas de vendas de selos e moedas comemorativas.
Como curiosidade, a licença cedida à empresa de tabaco Peace, que veio a lançar o cigarro Olympias gerou mais de 1 milhão de dólares de renda para o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.
México 1968
Os Jogos foram responsáveis pela entrada das estratégias de marketing , usando a TV como o veículo fundamental para o lançamento de marcas e venda de produtos esportivos.
Munique 1972
Foram criados direitos de venda sobre o uso do emblema olímpico oficial e licenciamentos e acordos publicitários para uso dos aros olímpicos. O Comitê criou leis de direitos autorais para proteger a marca oficial dos Jogos Olímpicos de 1972 , com o objetivo de vigiar as aplicações do emblema.
A partir destes Jogos, as empresas candidatas a fornecer produtos eram avaliadas, as que conseguiram ser aprovadas utilizavam o slogan “fornecedor oficial dos Jogos Olímpicos”.
Tem o surgimento da primeira mascote (Waldi) que foi licenciada para vendas de empresas privadas, no ano dos Jogos, cerca de 50 empresas licenciavam produtos com o mascote . Dois milhões de mascotes foram vendidos em aproximadamente vinte países.
Montreal 1976
Para gerar renda para a realização dos Jogos, a cidade de Montreal e o Comitê Organizador montaram quatro tipos de programas :
- administrados diretamente pelo Comitê Organizador, divididos em programa de fornecedores oficiais,patrocinadores oficiais,licenciados oficiais e programas de marketing ;
-administrados por subsidiárias do Comitê Organizador;
-administrados pelo governo canadense e
- venda de direitos de televisão e ingressos.
Em 1976, havia 628 patrocinadores, que obteve um lucro líquido de aproximadamente 7 milhões de dólares o que comparando com as Olimpíadas de Atenas em 2004 que teve apenas seis marcas oficiais e que teve como lucro líquido 1,3 bilhões de dólares podemos considerar um resultado fraco.
Moscou 1980
O que chamou mais atenção nestes jogos foi o licenciamento de souvenires , 17 países conseguiram o licenciamento de 1.663 produtos ( brinquedos, perfumes, jóias, relógios,etc).
Los Angeles 1984
Foi considerada a nova era do marketing olímpico, utilizando a iniciativa privada para a realização do evento e não mais os governos. O programa de marketing foi dividido em três partes: patrocinadores oficiais, fornecedores oficiais e licenciamentos . Existia também outras perspectivas para arrecadação: venda de ingressos, acomodações na Vila Olímpica, filatelia e numismática olímpica, estacionamentos, vendas de direitos para televisão.
Na cidade , tudo que era relacionado aos Jogos valia dinheiro, a venda de selos comemorativos e produtos derivados, moedas comemorativas de ouro e prata renderam 125 milhões de dólares e a venda de ingressos mais 90 milhões de dólares.
Seul 1988
Pela primeira vez o COI exigiu um plano de marketing de articulação integrada entre os comitês organizadores. Com isso, tem início o plano TOP , que tinha como meta diminuir o número de patrocinadores e o número de produtos e serviços relacionados ao movimento e símbolos olímpicos (aumentando o valor cobrado para a empresa que pretendia patrocinar).
Barcelona 1992
Surge a segunda versão do plano TOP, agora dividido em quatro níveis de patrocínio: parceiros,patrocinador oficial, fornecedor oficial e fornecedor de material esportivo. Neste plano , foi definido as categorias de produtos que poderiam ser patrocinadores , entre elas temos refrigerantes, máquinas de escrever portáteis, televisão, produtos dentais etc. No total, foram 102 empresas que fizeram parte do programa de patrocínio .
Atlanta 1996
Como Atlanta é a cidade-sede da Coca-Cola um dos patrocinadores mais antigos dos Jogos Olímpicos, a empresa gastou 250 milhões de dólares em patrocínios , publicidades, promoções e hospitalidade. A visibilidade da marca foi a maior de toda a história da participação da empresa nos Jogos.
Sidney 2000
Uma nova versão do plano TOP onde foi dividido :
- parceiros TOPs com direitos de marketing olímpico global;
- parceiros locais com direitos de marketing olímpico na Austrália;
- patrocinadores Sidney 2000;
- fornecedores Sidney 2000;
- fornecedores de materiais e equipamentos de esporte Sidney 2000.
Atenas 2004
O programa de Atenas ofereceu oportunidades, direitos concretos para cada patrocinador, que variaram de acordo com o nível de patrocínio e a quantia do investimento, tinha como objetivo privilegiar a qualidade e não a quantidade para controlar o aspecto comercial dos Jogos Olímpicos e adicionar assim valor ao patrocínio.
Pequim 2008
O programa de marketing foi lançado cinco anos antes dos Jogos Olímpicos, dividiu em três níveis: parceiros , patrocinadores oficiais e fornecedores exclusivos. Através de uma pesquisa realizada definiu as categorias de programa de patrocínio : equipamentos de escritório, logística, pneus, serviços de internet, agências de viagem, etc.
Fonte: Mundo do MKT Desportivo
11 de julho de 2012
Os megaeventos desportivos como veículos de comunicação das marcas: o caso do Euro 2012
Os megaeventos desportivos são fundamentais como veículos de
comunicação das marcas para chegar ao seu público-alvo. De facto,
trata-se de uma forma de fazer marketing através do desporto, ou seja,
uma oportunidade que é dada às marcas para comunicaram com os seus
consumidores, que são, simultaneamente, consumidores desportivos.
Designados por ações coletivas e efémeras que comportam status
simbólicos e escalas espaciais e temporais muito significativos (Seixas,
J. 2010), estes megaeventos, como o recente Campeonato Europeu de
Futebol, ou Euro 2012 na sua forma abreviada, são importantes momentos
de exposição das marcas a um grande número de consumidores e potenciais
consumidores. Neste artigo para o Marketing Portugal, a minha análise,
breve mas concisa e prática, irá incidir sobre o megaevento que no
último mês nos prendeu à televisão e às redes sociais, e onde, nas
conversas offline, houve sempre tema de discussão.
Esta análise começa por um facto curioso: o interesse dos europeus
no evento em causa. Segundo um estudo da OMD, realizado antes da prova
começar, o Euro 2012 era o evento desportivo que despertava maior
interesse entre os europeus (72 por cento), situando-se mesmo à frente
dos Jogos Olímpicos de Londres (66 por cento).
Em Portugal, atingiram-se mesmo números muito interessantes do ponto
de vista da audiência televisiva, com cerca de 3.7 milhões de
espectadores no jogo das meias-finais entre Portugal e Espanha,
transmitido pela SIC, e 3.5 milhões no jogo da fase de grupos entre
Portugal e a Holanda.
Segundo um estudo do IPAM, que analisou as diferentes fases da prova
- estágio, fase de grupos, quartos-de-final, meia-final e final, o
impacto na economia portuguesa se a seleção nacional fosse campeã
europeia, rondaria os 551 milhões de euros. A Espanha foi a campeã, e
segundo este estudo o impacto na economia do país vizinho terá sido de
2,2 mil milhões de euros.
Com a enorme mediatização em torno do evento, é natural que as
marcas vejam estes momentos como aqueles onde devem apostar grande parte
do budget anual alocado ao marketing. Só na fase de grupos da prova, e
durante os 15 minutos de intervalo entre cada uma das partes dos jogos,
foram investidos, segundo um estudo da Initiative, 12,4 milhões de euros
em publicidade. Juntas, Sharp, Hyundai e Coca-Cola investiram mais de
2,6 milhões de euros. A primeira marca portuguesa a surgir neste ranking
é a Zon, representando 5% do investimento total nos intervalos dos
jogos. Deste bolo de investimento, a TVI foi o canal que arrecadou maior
volume de investimento, com um total de 4,9 milhões de euros, seguida
da RTP, com 4,8 milhões, e da SIC com 2,7 milhões.
As marcas parceiras da Seleção Nacional de Futebol, como a Nike,
Continente, GALP, Sagres, o BES ou TMN, realizaram várias ações de
comunicação durante os últimos meses.
A Nike forneceu conteúdos exclusivos dos bastidores da seleção no seu canal do YouTube e no Facebook.
O Continente lançou a campanha “Olá, eu sou Portugal”, onde antigas
glórias da seleção nacional – Carlos Manuel, Maniche e Figo, falam de
alguns momentos memoráveis que tiveram com alguns dos adversários que
defrontamos no Euro, como o caso do golo do Carlos Manuel à Alemanha em
1985.
A GALP lançou a campanha “11 por todos, todos por 11”, onde, segundo
Isabel Caiado, diretora de marketing da empresa em entrevista à
Marketeer, “em vez de serem os adeptos a «vestir a camisola» da Seleção,
foram os jogadores a vestir a «camisola dos portugueses», a ajudá-los,
através das suas vitórias, a levantar a moral do país”.
A Sagres, parceira da Seleção desde 1993, lançou a campanha “Somos
Seleção”, que tem a sua génese na “Sagres Somos Nós”, lançada em 2011. O
objetivo passou por procurar criar o espírito e a força necessários
para unir os portugueses, comunicando que todos fazem parte da Seleção.
A TMN criou a campanha “Vamos lá Portugal”, onde pretende salientar o
esforço e a dedicação de todo o staff em torno da Seleção, com o mote
“”Eles podem não saber cantar. Mas fazem tudo pela Seleção”.
Por último, o BES realizou uma corrida de apoio à Seleção Nacional, onde
participaram 22 mil pessoas, e cujo mote foi “Uma braçadeira no braço,
um país no coração”.
Relativamente ao digital, em apenas cerca de dois meses, a página do
Facebook do Euro2012 acumulou quase 900 mil fãs. O site do evento (http://www.uefa.com/uefaeuro/)
era absolutamente fantástico, com tudo aquilo a que um fã quer ter
acesso. Fotografias e estatísticas pormenorizadas de todos os jogadores,
aplicação mobile para seguir tudo ao minuto e ter acesso a todas as
notícias, vídeos e fotografias dos jogos e outros eventos no telemóvel,
bilheteira online, loja online, enfim, tudo o que permita aos adeptos
viverem da melhor forma possível um mês da modalidade que os apaixona.
Como curiosidade, referir que dos países observados no estudo da OMD,
Portugal destacou-se como aquele em que os fãs mais usaram a internet
para seguir o Euro (71 por cento).
Claro que nem tudo são boas notícias. Ainda recentemente foi
divulgado um caso de manipulação de imagens no evento no jogo das
meias-finais entre Alemanha e Itália, onde após a derrota dos primeiros
aparece na televisão uma senhora germânica a chorar, pretendendo-se
transmitir ao público a tristeza dos alemães pela derrota. Afinal,
sabe-se agora, a senhora chorou, mas não foi no final do jogo. Pelo
contrário, foi no início do jogo, quando ouviu o hino do seu país.
Além disto, existem também outros motivos a considerar quanto à
manutenção do espetáculo desportivo, como o sistema de competição da
prova. Recorde-se que no próximo Euro o número de seleções vai aumentar
de 18 para 24, e alguma competitividade poderá perder-se pelo caminho,
com seleções com menor potencial para competirem entre as melhores a
poderem, eventualmente, baixar a qualidade do espetáculo. Claro que pior
ainda seria a realização de um Euro por toda a Europa, como
recentemente defendeu Michel Platini, presidente da UEFA. Cada um tem a
sua “panca”. Ou não…
25 de junho de 2012
9 de maio de 2012
Como fidelizar adeptos em discussão no IPAM
Terá lugar no IPAM do Porto, no próximo dia 22 de Maio, a quarta
edição da Sports Marketing, conferência de marketing desportivo
organizada pela instituição. A edição deste ano irá ter em cima da mesa a
importância das ferramentas digitais aplicadas ao marketing desportivo
sob o mote “Be digital or die”, tentando debater as melhores formas de
interagir e fidelizar adeptos. O evento, que contará com a apresentação
de casos de sucesso, tem confirmada a presença de Ricardo Pereira da
Silva, director de marketing da Liga Portuguesa de Futebol Profissional,
que apresentará o caso da Liga Virtual Zon Sagres enquanto plataforma
digital de interacção entre adeptos. Daniel Sá, director do IPAM Porto e
Aveiro e autor de um recente estudo que conclui que a imagem de
Cristiano Ronaldo é a mais valiosa do mundo do futebol, apresenta o
European Footbal Attendances Report 2012, relatório anual sobre as
assistências nos principais campeonatos de futebol.
Fonte: Meios e Publicidade
3 de maio de 2012
As especificidades do marketing desportivo
O desporto é um espelho onde o Homem reflecte todas as suas forças e
fraquezas, as suas virtudes e defeitos, as suas dignidades e
indignidades, os seus heroísmos e cobardias, as suas coragens e medos,
as suas nobrezas e vilarias, revelando toda a sua plenitude e
transparência – Jorge Olímpio Bento (2006)
O marketing desportivo apresenta um conjunto de especificidades que o
tornam diferente de outros contextos de aplicação do marketing. É por
isso necessário perceber e, consequentemente, interpretar e
operacionalizar estratégias que tenham em consideração uma área que
movimenta milhões e paixões.
Importa por isso compreender que o marketing desportivo deve ser entendido sob dois prismas:
- o marketing do desporto, propriamente dito, onde o consumidor desportivo é enquadrado numa ótica de consumidor-espectador e consumidor-praticante. Isto é, os produtos e serviços que são construídos e se relacionam diretamente com o consumidor desportivo são consumidos em eventos, no caso dos primeiros, e aquando da realização da prática desportiva, no caso dos segundos;
- o marketing através do desportivo, onde as marcas utilizam o desporto como forma de comunicar os seus produtos e serviços aos seus consumidores, que são simultaneamente consumidores desportivos. Entre as ações de comunicação que podem ser levadas a cabo dentro deste âmbito estão o patrocínio ou o merchandising, tão tipicamente utilizados no desporto.
Dentro de cada contexto referido acima, existem desafios específicos
que tornam o desporto um sector apaixonante e desafiante para quem nele
trabalha. A saber:
- o primeiro grande desafio desta short-list é perceber que no desporto o nosso principal objetivo é transformar fãs em clientes. Ou seja, por diversos fatores como influência de familiares ou os recentes títulos de determinado clube, existem pessoas leais a determinada marca, que estarão sempre dispostas a defendê-la perante outros, a saber tudo e mais alguma coisa do dia-a-dia dos seus ídolos. O desafio é assim perceber como levar esses fãs a consumir os nossos produtos;
- na área do espetáculo desportivo a concorrência é fundamental para o sucesso de qualquer produto desportivo. Quanto maior a concorrência, mais apetecível e apelativo é o produto. Em sentido contrário, se não houver concorrência o produto perde valor e interesse. Sem concorrência à altura, a vitória está praticamente definida, o que retira a incerteza do espetáculo e, consequentemente, o interesse no mesmo. Vejamos como exemplo um jogo de futebol onde se defrontam duas equipas que se equivalem em termos de prestígio e competência dentro do campo, como o FC Porto e o SL Benfica, onde, dada a elevada concorrência e posição competitiva das equipas nas provas que disputam, onde ambicionam ganhar sempre, tornam o produto muito mais interessante;
- no seguimento do exemplo anterior, podemos dizer que o responsável de marketing não consegue controlar a atuação dos jogadores do FC Porto e do SL Benfica, do árbitro, dos adeptos ou até mesmo as condições meteorológicas em que o jogo vai decorrer. Existe por isso uma incerteza quanto ao resultado do produto desportivo, porque nunca duas atuações são iguais, ao contrário de uma ópera ou de um filme. No desporto não existem atuações semelhantes, pelo que é válido dizer que pouca ou nenhuma influência ou controlo temos sobre o nosso core product – o jogo – tornando-se por isso necessário centrarmo-nos antes nas suas extensões. Isto é, no conforto, higiene, alimentação e serviços adicionais proporcionados aos espectadores do jogo, entre outros;
- o produto desportivo é simultaneamente produzido e consumido, no que é uma característica específica dos serviços. Uma vez que os consumidores são também produtores, estes ajudam a criar o jogo ou o evento, ao mesmo tempo que o consomem, tornando-se elementos fundamentais do mesmo. Pela positiva temos como exemplo o fantástico ambiente que se vive nos estádios de futebol ingleses, onde os adeptos puxam pela sua equipa do início ao fim do jogo, independentemente do resultado. Este tipo de atitude seguramente atrairá outros consumidores;
- o facto da maior parte dos produtos desportivos serem consumidos em público torna-os numa excelente oportunidade para as marcas desenvolverem ações que tenham como objetivo maximizar a satisfação de determinado grupo de consumidores;
- tendo o desporto um cariz quase universal e estando associado a muitos aspetos da vida, como o bem-estar, saúde e beleza, entre outros, abre-se uma enorme janela de oportunidade para as marcas fazerem marketing através do desporto, como descrito acima. Desde o vestuário a produtos alimentares, as oportunidades para as marcas comunicarem com os consumidores, de uma forma pouco intrusiva, são enormes.
Como é possível não ficar apaixonado por este sector de atividade?
Bibliografia consultada
Bento, J., Peterson, R. e Tani, G. (2006). Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, pp. 3-25;
Castro, M. F. (2010). A Internet como ferramenta comunicacional na Federação Portuguesa de Hóquei. Porto: M. Castro. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto;
Dionísio, P., Lendrevie, J., Lévi, J., Lindon, J. e Rodrigues, J. (2009). Mercator XXI: teoria e prática do marketing (12ª ed). Alfragide: Publicações Dom Quixote.
Autor: Marcos Castro
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